Petrobrás cada vez mais esvaziada

Li no começo desta semana uma notícia do Site Poder 360 que mostra o quanto o efetivo da Petrobrás vem encolhendo nos últimos anos. O assunto é sério! A companhia, segundo a reportagem, terminou o ano de 2020 com 52 mil funcionários próprios, incluindo as empresas subsidiárias e empregados alocados no exterior.

O colega Cloviomar Cararine, que é economista e técnico da subseção do Dieese na FUP, contou que 22 mil trabalhadores deixaram a empresa desde 2014 e outros milhares se desligarão até o final do ano que vem. O plano da atual gestão seria fechar 2022, no final do mandato de Bolsonaro, com 34 mil empregados na holding, que é a controladora e tem hoje um efetivo de 41.485 funcionários. Ou seja, 7.485 trabalhadores a menos do quadro atual. Uma estratégia pérfida de esvaziamento para facilitar a privatização.

Só que essa diminuição drástica do efetivo cria um cenário de insegurança e incertezas, traz graves danos e riscos e compromete não só a segurança do trabalhador, da companhia e da comunidade vizinha, como também a qualidade operacional. Muitos acidentes já ocorreram no Sistema Petrobrás por conta do número reduzido do quadro de empregados e pela jornada de trabalho excessiva.

Isso sem falar do número mínimo de trabalhadores, que é necessário para se garantir a segurança do pessoal, da empresa e da comunidade que vive ao redor das unidades da Petrobrás, que não vem sendo respeitado pela atual gestão.

Como conselheira e integrante do Comitê de Segurança, Meio Ambiente e Saúde (CSMS) acho fundamental discutir essas questões para fortalecer a política de segurança operacional e de processo. E que possamos levar esse debate ao Conselho, junto com a reflexão sobre a verdadeira missão da Petrobrás, que é atuar como uma empresa estatal, com o compromisso de desenvolvimento do país, e não voltada somente aos interesses dos acionistas.