Mulheres petroleiras correspondem a 17% do efetivo da Petrobrás e ganham menos do que os homens

Hoje, 8 de março, é celebrado o Dia Internacional da Mulher. E nessa data, que simboliza a luta feminina pela igualdade e pelo fim da discriminação e da violência, não poderia deixar de falar das mulheres petroleiras. Além de serem minoria dentro da Petrobrás e ganharem menos do que os homens, as petroleiras convivem com o machismo estrutural e lutam, diariamente, por mais reconhecimento e respeito.


O Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) fez um levantamento muito interessante sobre “A presença feminina na Petrobrás e no setor de petróleo e gás natural brasileiro”. O estudo mostra que as mulheres representam 17% do total da força de trabalho em todo o Sistema Petrobrás, que inclui as subsidiárias. Entre 2000 e 2012, o efetivo feminino saltou de 4,7 mil para 14,5 mil trabalhadoras. A partir de 2015 houve um movimento de queda e esse número caiu pela metade em 2022, chegando a apenas 7,6 mil mulheres na companhia. Lembrando que a maior concentração feminina está na área administrativa, com um número bem reduzido nas refinarias.
Um detalhe que chama a atenção é que as mulheres ganham menos do que os homens, apesar de exercerem as mesmas funções. Nos cargos de nível médio, elas recebem, em média, 78% da remuneração de um petroleiro. Esse valor sobe nas ocupações de nível superior e chega, em média, a 93% da remuneração dos homens.
No comparativo com outras sete grandes empresas petrolíferas do planeta, a Petrobrás é a que apresenta menor participação feminina na força de trabalho (17%), enquanto a inglesa BP é a que emprega mais mulheres (39%).
Sem sombra de dúvidas, a Petrobrás é uma grande empresa. Mas é necessário que olhe com mais atenção para suas petroleiras e exija que elas sejam tratadas com mais respeito. Que as mulheres recebam salários justos e iguais aos dos homens e tenham condições adequadas e seguras para trabalharem tranquilas e com dignidade.
Também não poderia deixar de citar aqui os dados absurdos de feminicídio no Brasil, que cresceram no último ano. Segundo relatório do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), em 2023 foram registrados 1.463 casos. Além de ser muito triste, é inacreditável e inadmissível que uma mulher seja assassinada a cada seis horas em nosso país.