Representante dos trabalhadores no CA vota contra pagamento de dividendos antecipados aos acionistas da Petrobrás

Em reunião nesta quinta-feira (03/11), a maioria do Conselho de Administração da Petrobrás aprovou mais uma distribuição de dividendos antecipados aos acionistas da estatal. Eu não concordei e votei contra esse pagamento.
Volto a repetir que não acho errada a distribuição de dividendos, considerando que a Petrobrás é uma estatal de economia mista. O que considero indefensável é o volume distribuído em contraste com os investimentos planejados.
Desde o início de meu mandato, em 2020, reprovei os “Planos Estratégicos” propostos para a Petrobrás. E o fiz por discordar das premissas básicas e vários dos seus desdobramentos, principalmente em relação aos reduzidos investimentos.


Soma-se a isso a extrema volatilidade do setor que oscila os preços em função dos mais variados fatores e que torna a antecipação de grandes volumes de dividendos uma operação de alto risco para a companhia.
Considero também que parte dos lucros auferidos contém componentes questionáveis, como vendas de ativos e políticas agressivas de redução de custos, cujas consequências são sentidas em várias áreas da empresa. Além do fato de que já foram aprovados e pagos volumes gigantescos de dividendos a título de adiantamento aos acionistas.
A diretoria da empresa diz, em seu comunicado, que “a aprovação do dividendo proposto é compatível com a sustentabilidade financeira da companhia no curto, médio e longo prazo e está alinhada ao compromisso de geração de valor para a sociedade e para os acionistas, assim como às melhores práticas da indústria mundial de petróleo e gás natural”.
Na minha modesta concepção, entretanto, penso que o melhor para a Petrobrás é ampliar seus investimentos, inclusive na transição energética, para garantir sua sustentabilidade no médio e longo prazos.