Silveira diz que Rlam nunca deveria ter sido vendida e propõe que Petrobrás recompre refinaria baiana

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, declarou nesta semana que a Petrobrás deveria recomprar a Refinaria Landulpho Alves (Rlam), cujo nome mudou para Refinaria de Mataripe. Em publicação oficial no site do MME, ele afirma que a Rlam “É um ativo histórico e que fez parte da estratégia de desmonte do Sistema Petrobras e nunca deveria ter sido vendido”. Concordo plenamente com ele.
Silveira também se manifestou sobre os altos preços cobrados pelas empresas privadas. “O povo baiano e sergipano tem pago preços de combustíveis mais caros do que em regiões de influência das refinarias cujo controle é da Petrobras. Entendemos do ponto de vista da segurança energética e da nova geopolítica do setor de petróleo e gás, respeitadas as regras de governança da Companhia, que a Petrobras deve avaliar recomprar a RLAM”, diz ele no texto oficial.


Não é a primeira vez que o ministro coloca essa pauta em destaque. Em maio passado, durante uma coletiva à imprensa, ele comentou sobre a possibilidade de a Petrobrás readquirir ativos vendidos pela gestão Bolsonaro, incluindo Mataripe, que hoje é controlada pela Acelen. E ressaltou, na ocasião: “A maior refinaria da Bahia foi vendida ao capital privado. Se depender de mim, essa refinaria deveria voltar a ser da Petrobras”.
A proposta do ministro é extremamente positiva e necessária para o bem maior do país. Precisamos ter de volta não só a Rlam, como também as outras unidades de refino que foram privatizadas: a Ream (Refinaria da Amazônia), em Manaus, a RPCC (Refinaria Potiguar Clara Camarão), no Rio Grande do Norte, a SIX (Superintendência de Industrialização do Xisto), no Paraná e a Lubnor (Lubrificantes e Derivados de Petróleo do Nordeste), em Fortaleza.
Mas a retomada dessas refinarias pela Petrobrás deve ser condicionada a um trabalho de auditoria criteriosa sobre os processos de venda.
O ministro tem meu total apoio para a recompra da Rlam e de todos os ativos privatizados, mas auditar os processos de privatizações é condição “sine qua non” para tal, sob risco de a Petrobrás ter um segundo prejuízo – além do que já teve com a venda da refinaria abaixo do preço de mercado, como fartamente denunciado nas mídias -, o de pagar muito mais caro, acima do valor que recebeu.