Mês: <span>março 2023</span>

O Ministério de Minas e Energia (MME) pediu novamente ao Conselho de Administração da Petrobrás, nesta quarta-feira (29), que analisasse a suspensão da venda de ativos, com o argumento de que essa avaliação deveria ser feita pela nova diretoria, recém-empossada. Em resposta aos ofícios do Ministério (166/2023 e 257/2023), o CA decidiu pela continuidade dos desinvestimentos dos ativos cujos contratos de compra e venda já foram assinados e a reavaliação das negociações sem contrato assinado, caso a nova diretoria executiva proponha revisar o “Plano Estratégico 23-27”.

Muito se tem falado, principalmente a imprensa, sobre a proposta de reajuste da remuneração fixa dos administradores da Petrobrás, que foi aprovada na reunião de quarta-feira (22) do Conselho de Administração da estatal. O assunto ganhou repercussão nacional e, não por acaso, vem recebendo várias críticas, inclusive por parte da FUP. Acho importante fazer duas...

A partir do dia 29 de março a diretoria da Petrobrás terá uma nova composição. Além do atual diretor presidente, Jean Paul Prates, os demais sete diretores foram aprovados nesta quarta-feira (22), pelo Conselho de Administração da estatal. Eu votei a favor de todos. A renovação da diretoria executiva é muito importante e esperada para, finalmente, dar o tom da nova visão estratégica da empresa e sua missão para mudar os rumos da Petrobrás.

A imprensa tem divulgado, nos últimos dias, informações equivocadas relacionadas à Petrobrás e acho importante esclarecê-las. Uma das notícias diz que o governo federal adiou a Assembleia Geral Ordinária (AGO), que elegerá oito novos Conselheiros de Administração da estatal. Na verdade, quem tomou essa decisão foi o próprio colegiado. Outra notícia afirma que a Petrobrás decidiu dar continuidade ao processo de venda de ativos. Informação essa que não é verdadeira, visto que o posicionamento da Petrobrás somente será definido após a efetiva análise e manifestação do CA.

Hoje, 15 de março, faz 22 anos que aconteceu a tragédia da P-36, no Rio de Janeiro. Essa unidade da Petrobrás era a maior plataforma do mundo de produção de petróleo em alto mar. O acidente foi um dos mais graves da história da estatal e da indústria petrolífera, tornando evidente o processo de desmonte que a empresa vinha sofrendo no governo de Fernando Henrique Cardoso. Essa data nunca deve ser esquecida por nós, petroleiros. É um dia para se lembrar dos colegas que se foram e, para além de prestar nossa homenagem às vítimas, reforçar a luta em defesa da vida.

O compromisso de retomada da indústria naval brasileira e ampliação da política de conteúdo local, anunciado semana passada pela nova gestão da Petrobrás, é estimulante não só para o setor, mas para toda cadeia produtiva de óleo e gás. A revitalização desse segmento representa a geração de milhares de empregos no país. Lembremos que a indústria naval brasileira já viveu tempos áureos, mas foi vítima de um duro golpe de destruição e hoje encontra-se abandonada.

Mais do que celebrar muitas conquistas femininas merecidamente alcançadas nos últimos anos, este 8 de março deve ser um dia de reflexão e alerta contra a violência sofrida pela mulher, que lamentavelmente vem crescendo no Brasil. A data também deve chamar a atenção para a necessidade urgente de investimentos em políticas públicas de proteção. Com o novo governo, retomamos a esperança de mudanças importantes na sociedade e que garantam respeito a todas as mulheres.

A decisão do governo de voltar a cobrar impostos federais sobre a gasolina e o etanol, a meu ver, é acertada. Ao contrário do que muita gente pensa, a isenção fiscal não é a solução para baixar os preços dos combustíveis e reduzir a inflação no Brasil. A saída para esse problema é mudar a atual política de preços, ou seja, acabar com o PPI (Preço de Paridade de Importação) e implementar uma metodologia que, ainda que se referencie no preço internacional, considere os custos reais da produção dos derivados no Brasil. Como diz o presidente Lula, é “abrasileirar” os preços,

Com meu voto contra, mas aprovada pelo CA, a proposta de distribuição de dividendos da Petrobrás será votada na Assembleia Geral dos Acionistas, em 27 de abril. Eu reprovei esse pagamento por inúmeros motivos. Entre eles, não concordo com o volume distribuído frente aos modestos investimentos previstos nos “planos estratégicos” da companhia, os quais reprovei. E também com o fato de o montante do trimestre e do exercício ultrapassar a aplicação da fórmula estabelecida na Política de Remuneração da estatal, da qual também discordei.