Dia da Amazônia reforça cenário caótico do bioma e necessidade de ações para preservação da floresta

Hoje, 5 de setembro, é o Dia da Amazônia, a maior floresta tropical do planeta e considerada pela ONU (Organização das Nações Unidas) um patrimônio natural inestimado. Pela sua grandiosidade e importância, especialmente em função do papel essencial que esse ecossistema exerce no enfrentamento da crise climática e na perda de biodiversidade, hoje deveria ser um dia de celebração, mas devemos transformá-lo num dia de conscientização e luta pela floresta em pé, pelo desmatamento zero. O momento é de extrema preocupação. A Amazônia enfrenta uma das secas mais cruéis de sua história e um número recorde de queimadas, além da ameaça constante do desmatamento.

O estado do Amazonas tem hoje 98% do seu território em condições de extrema seca, segundo projeções do Monitor das Secas, da Agência Nacional de Águas (ANA). Dados do Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden) indicam que a seca registrada no Brasil entre 2023 e 2024 é a “mais intensa da história recente”. Todas as cidades do estado do Acre já decretaram situação de emergência. Os rios Negro e Solimões chegaram a níveis críticos, causando situação de escassez hídrica em Rondônia.

Com poucas chuvas na região, aumentaram os focos de incêndio. Levantamento do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) aponta que agosto foi o mês mais devastador desde 2005, com o registro de 38.266 focos de fogo. Pará é o estado com maior ocorrência de incêndio, com 13.803 registros, seguido por Amazonas (10.328).

Pior que as previsões para os próximos meses na Amazônia não são nada animadoras, pelo contrário, são alarmantes. A previsão do Serviço Geológico do Brasil (SGB) é de que todos os rios da bacia amazônica correm o risco de ficar abaixo de seus mínimos históricos. E há grande possibilidade de, já na próxima semana, o rio Amazonas se tornar inavegável para navios.

A seca é só mais um agravante dos incêndios na Amazônia, que já ocorrem, frequentemente e de forma criminosa, por conta da abertura de novas áreas de desmatamento. E a mudança da ocupação da terra é o principal e maior responsável pelas emissões de gases de efeito estufa (GEE) na atmosfera no Brasil.

A situação é lastimável e, sim, precisamos e devemos nos preocupar com a Amazônia, que vive uma crise complexa, desencadeada a partir, principalmente, de 2019. O desmatamento e os incêndios criminosos foram multiplicados e estimulados durante o governo passado, que também promoveu o desmonte das estruturas de fiscalização e controle e uma campanha covarde para desacreditar instituições de pesquisa e detecção dessas práticas criminosas.

E a reconstrução dessas estruturas não é rápida. A vida na Amazônia está intrinsecamente ligada ao futuro. E esse futuro não é apenas o do Brasil, mas de todo o planeta. Lutemos pela preservação da Amazônia para que cuidem bem da nossa floresta, maior patrimônio natural do planeta!