No dia 15 de novembro de 1889, no Rio de Janeiro, que era a capital do país, aconteceu a Proclamação da República do Brasil, resultado da mobilização do Exército e de republicanos civis contra a monarquia instalada no país há 67 anos. Nessa data histórica, a partir de um golpe, iniciou-se no Brasil a Era Republicana, com instauração do regime presidencialista.
Desde então, muita coisa aconteceu na história do nosso país. Entre períodos de crises e de recuperação econômica, experimentamos, entre 2003 a 2014, mais de uma década de forte expansão e crescimento econômico, com proteção social. A indústria nacional já exportava serviços, vivíamos pleno emprego, garantias trabalhistas e sociais, ampliação do acesso à saúde e educação. Éramos um país respeitado em todo mundo. Um Brasil altivo e próspero.
Nossa cambaleante democracia sofreu inúmeros ataques e o mais recente deles, carreado na esteira da Operação Lava Jato, consumou-se no golpe de 2016, coroado pelas eleições de 2018, estaiadas no ódio e na mentira. O Estado de Direito foi violentado, a economia e os direitos trabalhistas e sociais, destruídos. Nossos povos originários estão sendo sistematicamente desrespeitados e atacados, inclusive institucionalmente. Desindustrializado e miserável, nos cabe produzir e exportar comodities, muitas das quais à custa da destruição dos nossos biomas, seja desmatando e queimando, seja pela utilização recorde de agrotóxicos venenosos.
A Petrobrás, sequestrada pela Lava Jato, está sendo privatizada aos pedaços, desintegrada e apequenada. Gerida como se privada fosse desde o golpe de 2016, serve ao mercado, não ao povo que a concebeu e construiu.
O Brasil está em frangalhos.
E nesse dia de celebrar a Proclamação da República, me pergunto o que temos a comemorar, se estamos nos transformando novamente em uma grande colônia?
Nesse 15 de novembro nos cabe refletir que país sonhamos e queremos: uma neocolônia ou um Brasil soberano e altivo de todos os brasileiros?