Em reunião nesta quarta-feira, 24 de novembro, o Conselho de Administração aprovou o “Plano Estratégico” 2022-2026 da Petrobrás e mudanças na política de pagamento de dividendos aos acionistas. Nos dois itens, eu votei contra.
Apesar de reconhecer alguns avanços no plano, considero as bases que o fundamentam inconciliáveis com os princípios que motivaram a fundação e construção da Petrobrás. Essas bases continuam imprimindo uma visão financista na gestão da companhia. “Ser a melhor empresa de energia na geração de valor, com foco em óleo e gás, sustentabilidade, segurança, respeito às pessoas e ao meio ambiente”, diz a nota que a empresa divulgou ao mercado.
O resultado dessa “visão da empresa” já conhecemos muito bem: a continuidade das privatizações, que desintegram e apequenam a companhia, cuja gestão a administra como se privada fosse, com foco no pagamento de dividendos a qualquer custo. Aliás, falando em dividendos, também reprovei a nova política de pagamento de remuneração que se compromete com um pagamento mínimo fixo por ano de U$ 4 bilhões. Um compromisso desnecessário, pois já existem critérios suficientemente claros e vantajosos para o pagamento de dividendos aos acionistas. Enfim, não posso concordar com uma política e visão que negam não apenas o passado da Petrobrás, mas principalmente o seu futuro.