Indicados pela União para o CA devem ser alinhados ao projeto do governo

Muito tem me preocupado a demora da União no envio da lista de indicados para o CA da Petrobrás, pois os prazos entre indicação e posse – que já eram extensos – foram alongados ainda mais com o decreto 11.048/2022, publicado em 19 de abril pelo governo passado. A expectativa com relação à nova composição do Conselho de Administração é muito grande, principalmente para aqueles que anseiam por mudanças reais. As grandes decisões, estratégicas e estruturais, são tomadas no CA, portanto não basta trocar apenas o presidente da companhia, já que hoje o atual governo e seu projeto são minoria absoluta no Conselho.


Minha expectativa era de que a troca dos representantes da União se concretizasse neste mês de fevereiro, mas dado que até o momento sequer foram formalizadas ao CA essas indicações, me preocupa a viabilidade dessa mudança ocorrer na Assembleia Geral Ordinária (AGO) de abril.

Decisões como revisão do “Plano Estratégico”, aprovação de novos diretores executivos, congelamento e revisão dos processos de privatização, estrutura de preço dos combustíveis, entre outras medidas, dependem de aprovação do colegiado.

O país elegeu um novo governo e um projeto de Petrobrás e de país radicalmente distinto do antecessor. Temos um novo presidente da República, um novo presidente na Petrobrás, mas não temos um novo Conselho. A atual composição do CA, em sua absoluta maioria, foi eleita com um projeto e uma visão estratégica da companhia inconciliáveis com a visão vencedora nas urnas em 2022.
A renovação do Conselho de Administração é condição urgente para o início das transformações. O CA é o principal órgão de gestão da companhia, onde são discutidas as grandes diretrizes dos negócios da Petrobrás, a missão e visão da empresa, seu Plano Estratégico e Plano de Negócios e Gestão, além de fiscalizar os atos da direção.

É um colegiado de suma importância para o futuro da nossa estatal e do país. Por isso, é extremamente importante que o Conselho tenha em sua composição representantes da União alinhados com o projeto de país democraticamente eleito em outubro passado. Como representante dos trabalhadores, espero que os novos integrantes do CA assumam o mais breve possível e que, fundamentalmente, representem o projeto de Petrobrás escolhido nas urnas.

Somente assim iniciaremos a nobre missão de reconstruir a maior empresa do Brasil, resgatando seu DNA de grande estatal de energia, forte e integrada, a serviço do Brasil e dos brasileiros.
Essa missão urge ser iniciada.