Na sexta-feira passada, dia 26, o presidente da Petrobrás, Jean Paul Prates, junto com sua equipe de executivos, esteve em Três Lagoas (MS), realizando, segundo comunicado da companhia, uma “inspeção” na Unidade de Fertilizantes Nitrogenados 3 (UFN ou Fafen-3). Em entrevista à imprensa, Prates afirmou que a “visita técnica” seria para avaliar as condições econômicas e ambientais da estrutura e que essa medida é o primeiro passo para a retomada das obras de construção.
O fato é que tanto a visita quanto a nota da companhia não trazem nenhuma novidade. A situação é a mesma anunciada há meses: a Fafen Três Lagoas encontra-se em fase de estudos de viabilidade técnica e econômica, sem data efetiva para o início da licitação para a finalização do empreendimento. O que é lamentável!
A construção da UFN-3 teve início em setembro de 2011 e foi interrompida em dezembro de 2014. Depois que forem concluídos os estudos de viabilidade técnica e econômica, o tema ainda deve passar pela aprovação da Diretoria Executiva e do Conselho de Administração da Petrobrás.
Em 31 de maio de 2023, o Conselho de Administração aprovou a revisão das diretrizes para o Plano Estratégico 2024-2028 da companhia, tendo como um dos direcionadores estratégicos a volta de investimentos na área de fertilizantes. Já se passou quase um ano e, infelizmente, nada mudou até agora. Anuncia-se apenas mais um capítulo inédito de “Vale a Pena Ver de Novo”.
A retomada das obras da Fafen-MS e a reativação da Ansa/Fafen (Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados) de Araucária, no Paraná, que foram os primeiros anúncios feitos pela companhia referentes ao seu retorno ao setor de fertilizantes, têm gerado muita expectativa, especialmente em relação à geração de emprego e renda. Em Três Lagoas, por exemplo, a estimativa da Petrobrás é que as obras de finalização da planta gerem cerca de 8 mil vagas diretas e indiretas.
Para além de fomentar a economia local, estadual e do país, a operação das fafens é fundamental na construção da segurança alimentar da população brasileira, que depende da maior oferta de fertilizantes nacionais. São inquestionáveis a necessidade e a urgência de produzir fertilizantes no Brasil.
Novamente o que vemos é uma inversão do que queremos: que os anúncios sobre as fafens sucedam ações concretas, pois essas, sim, fazem a diferença para a Petrobrás e o Brasil.