Muito me alegra dar essa notícia: todos os aprovados nos dois concursos públicos da Petrobrás, realizados em 2021 e neste ano de 2023, serão convocados para assinar o contrato de trabalho. A companhia anunciou que vai chamar 2.170 pessoas, zerando o cadastro de reserva. E ainda pretende promover, até o final deste ano, um novo processo seletivo de nível técnico, com 458 vagas.

A Petrobrás informou que serão 820 novas admissões de candidatos do concurso de nível técnico, cujas provas aconteceram em abril passado, para atuarem na produção do Campo de Búzios e no refino. Os outros 1.350 que serão convocados, foram aprovados no processo seletivo de nível superior de 2021. Eles deverão trabalhar nas áreas de engenharia, análise de sistemas e ciência de dados, administração, economia, geologia e geofísica.

Essa convocação é muito importante e deve ser comemorada! Com esses novos empregados, a companhia inicia a recomposição da força de trabalho, que foi drasticamente reduzida desde o início da operação Lava Jato.
Para se ter uma ideia do cenário caótico, em 2013, a Petrobrás e suas subsidiárias empregavam 86,1 mil trabalhadores, número que caiu para 45,5 mil em 2021, de acordo com levantamento do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). Entre 1995 e 2013, houve crescimento contínuo no efetivo do Sistema Petrobrás e, posteriormente, a perda de mais de 40 mil empregados próprios e 261 mil terceirizados. A redução do efetivo foi perversa na gestão Castello Branco, que anunciava sua meta de 30 mil trabalhadores na Petrobrás.

Como já afirmei anteriormente, o desmonte da companhia não se limitou à venda de ativos, mas atacou covardemente o maior bem intangível da empresa: o conhecimento. A gestão do conhecimento foi dizimada junto com os trabalhadores. O baixo efetivo e a terceirização irresponsável e precarizada colocam a Petrobrás em alta fragilidade, não apenas em relação à sua competência técnica, reconhecida e cobiçada no mundo todo, mas também nas questões de segurança das operações, expondo os trabalhadores, meio ambiente, comunidades no entorno e seu próprio patrimônio.

A convocação de todo o cadastro de reserva foi mais uma decisão acertada da diretoria da Petrobrás. Para além de zerar o cadastro, a realização de concursos periodicamente e o resgate da Universidade Petrobrás, aprovada na reunião do CA de julho, são essenciais para a gestão do conhecimento e a reconstrução da nossa empresa.
Contamos com os novos ingressantes nessa importante missão. Sejam todos muito bem-vindos!