Participei na manhã desta quarta-feira (3) do 20º Congresso dos Petroleiros do Norte Fluminense. Fui convidada para integrar a plenária sobre o tema “Caminhos para o mundo que queremos – Fortalecer os petroleiros para fortalecer o Brasil”, debate que também contou com a presença do ex-tesoureiro do PT e da CUT Delúbio Soares e do teólogo, filósofo e escritor Leonardo Boff.
O foco da minha exposição foi a transição energética justa e segura, com destaque para a exploração da Margem Equatorial. Reafirmei o que estudos de diversas fontes confirmam: o Brasil (e o mundo) precisará de petróleo por décadas, portanto, repor as nossas reservas é fundamental, não apenas para garantir nossa soberania e segurança energética, como também para financiar a transição. Temos reservas para cerca de 12 anos apenas e o pré-sal deverá entrar em declínio perto de 2030. Ou repomos nossas reservas, ou seremos importadores na próxima década.
Comentei sobre o quanto está sequestrada politicamente a discussão envolvendo a exploração de petróleo na Margem Equatorial. Precisamos erradicar a pobreza energética no país e a decisão estratégica já foi tomada, agora é debater, técnica e honestamente, as condicionantes ambientais para a campanha exploratória na Bacia da Foz do Amazonas. A Petrobrás é a melhor e a mais capacitada empresa para esse desafio.
Nosso país não precisa nem deve importar petróleo, muito menos os “débitos ambientais do mundo desenvolvido”. Nossa matriz energética é a mais diversa do planeta. Os maiores responsáveis pelas emissões dos gases de efeito estufa no Brasil não estão concentrados na indústria de óleo e gás, mas na ocupação da terra: agronegócio, desmatamentos e queimadas.
Esperamos que o debate para o licenciamento ambiental seja técnico e honesto para viabilizarmos a campanha exploratória que nos permitirá conhecer se temos ou não uma nova província petrolífera na Margem Equatorial.