Dia da Mulher chama atenção para a urgência de investimentos em políticas públicas

Mais do que celebrar muitas conquistas femininas merecidamente alcançadas nos últimos anos, este 8 de março deve ser um dia de reflexão e alerta contra a violência sofrida pela mulher, que lamentavelmente vem crescendo no Brasil. A data também deve chamar a atenção para a necessidade urgente de investimentos em políticas públicas de proteção à mulher.


Um estudo baseado em dados da Rede de Observatórios da Segurança traz números assustadores: em 2022, foi registrada ao menos uma morte ao dia por feminicídio. Foram assassinadas 495 mulheres e 2.423 foram vítimas de violência em nosso país. E em 75% dos casos, o agressor é o próprio companheiro ou ex-companheiro da vítima. Esse levantamento foi realizado nos estados da Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro e São Paulo e publicado nesta segunda-feira (6).

Outra pesquisa recente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, realizada pelo Instituto DataFolha em janeiro, em 126 cidades brasileiras, mostra que 18,6 milhões de mulheres de 16 anos ou mais foram vítimas de violência em 2022, ou seja, mais de 50 mil vítimas por dia. O estudo revela um crescimento expressivo de todos os tipos de violência contra a mulher – com 3,4 milhões de vítimas por espancamento ou tentativa de estrangulamento – e indica o ambiente doméstico como o espaço de mais ocorrências: quase 54% das mulheres relatam ter sofrido as agressões em casa.

Um dos fatores centrais para o agravamento desse cenário, de acordo com a pesquisa, foi “o desfinanciamento das políticas de enfrentamento à violência contra a mulher por parte do Governo Federal nos últimos quatro anos”.
É fato que houve um grande descaso do governo passado com políticas públicas de acolhimento, prevenção e enfrentamento à violência, não só da mulher cisgênero como também das mulheres trans. Com o novo governo, retomamos a esperança de mudanças importantes na sociedade com a adoção de políticas consistentes de combate à misoginia, feminicídio e todo tipo de preconceito e opressão, construindo um sólido caminho na direção de um país mais justo e que respeite todas as mulheres.