Lista de indicados para o CA da Petrobrás tem oito nomes da União e cinco dos acionistas privados

A Petrobrás recebeu, na semana passada, a lista com os indicados para a nova composição do Conselho de Administração, sendo oito nomes da União e cinco do mercado. A eleição dos novos membros se dará na Assembleia Geral Ordinária (AGO), marcada para 25 de abril.
Os acionistas privados indicaram dois conselheiros para eleição pelo sistema de voto múltiplo, disputando com a União duas de suas oito vagas ao Conselho. Indicaram ainda, para eleição em separado, mais três nomes: um conselheiro representando as ações ordinárias e mais dois concorrendo pelas ações preferenciais.


A lista também contempla a indicação de três conselheiros fiscais e seus suplentes pela União e o mesmo pelos acionistas privados. São cinco vagas para titulares e seus suplentes.
Atualmente, o governo federal tem seis das 11 cadeiras do colegiado e o mercado, indicado pelos acionistas privados, ocupa quatro assentos. Como fui reeleita em dezembro passado, sigo como conselheira representante dos empregados da Petrobrás. Meu nome deve ser referendado na assembleia e assumo em abril o meu terceiro mandato no CA.
Além da eleição dos novos conselheiros, na reunião também serão votados o balanço do exercício anterior (2023) e a proposta de pagamento dos dividendos aos acionistas. Conforme aprovado por maioria no CA, somente os dividendos ordinários serão pagos. Os dividendos extraordinários serão alocados na reserva de remuneração de capital criado no ano passado por maioria do Conselho para uma poupança, visando a garantia de pagamento de dividendos em possíveis momentos desfavoráveis da nossa indústria, assim como as grandes empresas fazem. Na sexta-feira (22), a Petrobrás enviou documento à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), confirmando que vai encaminhar para a AGO a decisão do CA.
Interessante que, embora saiba que adquiriu ações de uma empresa estatal, de economia mista, mas estatal, o mercado não admite que o sócio controlador seja a União.
Os ataques ao presidente Lula em parte da mídia seguem até hoje, pela decisão majoritária dos conselheiros da União juntamente com a representante dos trabalhadores, de reter, neste momento, os dividendos extraordinários.
São, como definido claramente, dividendos EXTRAORDINÁRIOS, portanto, passíveis de retenção. E não obstante desconheçam os técnicos e sólidos motivos que levaram a tal decisão, visando o melhor interesse da companhia, e não do acionista controlador, ao criar esse “colchão” para pagamentos futuros em momentos mais difíceis, imputam interferência governamental.
Fosse a decisão contrária, de pagamento do total de dividendos extraordinários, como os representantes do mercado defenderam, a acusação também seria de interferência visando interesse do governo, neste caso para equilibrar as contas? Ou estariam comemorando com o mercado mais uma farta distribuição?