Petrobrás cria ferramenta online para auxiliar na redução das emissões de carbono

A Petrobrás lançou, neste mês de agosto, uma ferramenta digital que reúne todas as informações públicas sobre captura e armazenamento de carbono no país. Chamada de GIS CCUS Brasil, a plataforma é online, gratuita e foi criada para auxiliar no embasamento das discussões sobre emissões de CO2, o principal gás causador do efeito estufa na atmosfera, e incentivar a descarbonização das indústrias. Um projeto fantástico!


A ferramenta traz informações essenciais para a implementação de novos projetos, tais como as quantidades de CO2 emitidas, infraestrutura nacional existente e reservatórios potenciais para o armazenamento geológico. A plataforma agrupa dados georreferenciados, organizados em um Sistema de Informações Geográficas (SIG ou GIS em inglês), e possui sua própria base de dados. É uma ferramenta tão interessante, que está concorrendo ao prêmio ANP de Inovação 2024 (Plataforma GIS CCUS Brasil – IPR – Instituto do Petróleo e dos Recursos Naturais).

A plataforma foi desenvolvida em parceria com o Instituto do Petróleo e dos Recursos Naturais (IPR) da PUC-RS, com suporte técnico de especialistas da Petrobrás e financiada com recursos da companhia, por meio da cláusula de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da ANP para os contratos de petróleo. Uma das ideias é que essa ferramenta possibilite que mais pessoas conheçam a tecnologia de CCUS, sigla, em inglês, de Carbon Capture, Utilisation and Storage. Traduzindo para o português: Captura, Utilização e Armazenamento de Carbono. Essa tecnologia é muito importante para reduzir as emissões de CO2.

A captura de carbono (CCUS), segundo a Agência Internacional de Energia (AIE), é um dos principais viabilizadores para zerar as emissões líquidas de CO2 até 2050. E a Petrobrás mantem o maior programa de captura de carbono do mundo em termos de operação e volume reinjetado anualmente, além de ser também o primeiro em águas ultraprofundas. A solução desenvolvida pela companhia é pioneira, pois reinjeta o CO2 diretamente no reservatório, promovendo o aumento da produção e a diminuição da pegada de carbono do petróleo produzido.

De 2008, quando iniciou a captura de carbono, até 2022, a Petrobrás já havia reinjetado um total de 40,8 milhões de toneladas de CO2 nos seus reservatórios. Resultado dentro do esperado e alinhado com a meta da empresa de atingir o volume acumulado de 80 milhões de toneladas de CO2 reinjetadas até 2025.

Para além desse programa já implementado, a Petrobrás desenvolveu tecnologia própria, patenteada no Brasil, para a separação e reinjeção do CO2 a partir do fundo do mar, o Hisep. Esse equipamento separa e reinjeta o CO2 no reservatório, otimizando, e muitas vezes viabilizando, projetos das plataformas de produção em reservatórios com alto teor de CO2, pois elimina as plantas de separação nas mesmas. Os testes de protótipos foram concluídos, estando em fase inicial da construção para teste em escala de produção no Campo de Mero.

Mais um desafio superado com tecnologia desenvolvida pela Petrobrás e premiada internacionalmente.