Petrobrás tem papel relevante nos estudos que ampliaram os limites da plataforma continental brasileira

Um amplo levantamento de toda margem continental brasileira ao longo de décadas subsidiou decisões históricas da Organização das Nações Unidas (ONU), sendo a mais recente a ampliação da fronteira do Brasil, a partir da costa do litoral norte. Os direitos de soberania nacional foram estendidos em aproximadamente 360 mil km2, área equivalente ao território da Alemanha.
O movimento em direção a essa grande conquista começou nos anos 80, quando o Brasil assinou a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (CNUDM), mais conhecida como “Lei do Mar”. Na época, o governo brasileiro decidiu criar o Plano de Levantamento da Plataforma Continental Brasileira (Leplac), coordenado pela Comissão Interministerial de Recursos do Mar, liderada pela Marinha e com a participação relevante da Petrobrás e universidades públicas (https://www.marinha.mil.br/secirm/pt-br/leplac).


Em 1987, geólogos e geofísicos da Petrobrás deram início a uma minuciosa “radiografia” do subsolo de toda a costa brasileira. Esse trabalho envolveu a aquisição, processamento, interpretação e integração de dados geofísicos, geológicos e geoquímicos da nossa margem continental, servindo como base para o programa Leplac. Esse amplo estudo contribuiu para que fossem traçados os novos limites da plataforma continental brasileira.
Em 1994, com a entrada em vigor da Convenção da ONU sobre o Direito do Mar, o Brasil passou a elaborar a chamada “proposta de limite exterior da plataforma continental brasileira” submetida à “Comissão de Limites da Plataforma Continental” (CLPC). Desde então, a Petrobrás participa do desenvolvimento dessa proposta, com estudos na aquisição e processamento de dados geofísicos de toda a extensão da margem continental brasileira e participação em grupos de trabalho para encaminhamento das propostas à ONU. O Leplac já permitiu ao Brasil a conquista da extensão de nossa plataforma continental em duas ocasiões.
A expansão está em conformidade com a CNUDM. A legislação permite aos países ampliarem suas áreas marítimas para além de 200 milhas náuticas, que é o limite previsto para qualquer estado costeiro signatário da Lei do Mar, desde que apresentem estudos técnicos e científicos que comprovem a extensão da sua plataforma continental para além desse limite.
Os resultados desses levantamentos e estudos realizados pelo Leplac foram consolidados em relatórios técnicos e artigos apresentados em congressos e publicados em revistas especializadas, fomentando a pesquisa científica nas universidades e instituições de pesquisa. Esses estudos são avaliados com grande rigor, num longo processo de análise, considerando o atendimento às especificações definidas pelas recomendações da Comissão de Limites da ONU.
As negociações com a ONU para ampliação da nossa plataforma continental se deram em várias etapas ao longo desses anos. Em 2015 o Brasil divide nossa margem continental em três áreas distintas: Região Sul, Margem Equatorial e Margem Oriental/Meridional para facilitar as negociações.
Conforme documento oficial da DHN: “A proposta da Região Sul, inserida em parte da Margem Meridional, foi encaminhada à ONU em abril de 2015 e apresentada à Comissão de Limites em 25 de agosto de 2015. Em março de 2019, a CLPC aprovou na sua totalidade o Limite Exterior proposto pelo Brasil relativo à essa Submissão, incorporando à nossa Plataforma Continental uma área de cerca de 170.000 km². Primeira vitória importantíssima dos nossos “Bandeirantes das Longitudes Salgadas” para incorporação total da Amazônia Azul.”
E agora, em 2025, conquistamos a ampliação da nossa plataforma continental na Margem Equatorial.
Essas conquistas são vitórias técnico científicas e diplomática de enorme relevância para o Brasil, que fortalecem a soberania nacional sobre essas áreas e seus recursos minerais e biológicos. E a Petrobrás desempenhou papel importantíssimo nesse processo, trabalhando pelo interesse nacional juntamente com a Marinha Brasileira e universidades públicas.
Parabéns a todos os envolvidos!