A Petrobrás confirmou indícios de petróleo com a perfuração do poço exploratório de Pitu Oeste, no litoral do Rio Grande do Norte. Os trabalhos foram concluídos na semana passada e, segundo anunciou a companhia, foi detectada presença de hidrocarboneto. A descoberta, porém, ainda é inconclusiva em relação à viabilidade econômica.
Pitu Oeste é um poço de extensão, planejado para avaliar o potencial do poço de Pitu, perfurado em 2014. Se for confirmada a viabilidade dessa área, a Petrobrás terá que desenvolver toda estrutura operacional para a produção.
A perfuração do Pitu Oeste começou no final de dezembro, marcando a retomada das atividades da Petrobrás na Margem Equatorial (MEQ) brasileira. O poço fica em águas profundas, a 52km da costa do estado, e faz parte da concessão BM-POT-17. Este, aliás, é o terceiro poço perfurado dessa concessão. O último foi em 2015, no ano em que a companhia anunciou a descoberta de petróleo na Bacia Potiguar.
O plano da Petrobrás é continuar a pesquisa exploratória na região para coletar informações geológicas e melhor avaliar o potencial e possível economicidade da descoberta. A empresa planeja iniciar a perfuração de outro poço em fevereiro, o Anhangá, que fica 79 km distante da costa e perto de Pitu Oeste.
A polêmica sobre a exploração na Margem Equatorial está envolta em alguns mitos e desinformações. Em primeiro lugar, a exploração na MEQ não está sendo iniciada agora e Pitu Oeste não é o primeiro poço exploratório, como equivocadamente foi noticiado por alguns veículos da imprensa. Somente a Petrobrás já perfurou mais de 700 poços, conforme informações da companhia em seu site (https://petrobras.com.br/quem-somos/novas-fronteiras). Em segundo lugar, as reservas do pré-sal não são “infinitas”, prevê-se um declínio de produção a partir de 2030.
Como já fartamente anunciado, o mundo ainda precisará e consumirá petróleo por décadas e mesmo que encontremos substitutos para os combustíveis fósseis, a demanda pela petroquímica não se extinguirá. A transição energética justa é necessária e está em desenvolvimento, mas é um processo caro e que levará muitos anos.
A companhia divulgou na sexta-feira passada (26) suas reservas provadas (10,9 bilhões boe) e a relação reservas/produção (12 anos). Isso significa, simplificadamente, que projetada a demanda, se não repusermos nossas reservas, teremos petróleo até 2036, ano em que ainda é previsto grande consumo do fóssil.
É imperativo que o Brasil e a Petrobrás reponham suas reservas e, para tal, além de investimentos nos campos já produtores para melhorar o fator de recuperação, precisamos descobrir novas reservas e, inquestionavelmente, explorar novas fronteiras. Ou nos tornaremos grandes importadores, totalmente dependentes do mercado internacional.
O Brasil não pode colocar sua soberania energética em risco. Essa não pode e não deve ser a decisão de um país que almeja se estabelecer como uma nação soberana, com desenvolvimento econômico e social.