O compromisso de retomada da indústria naval brasileira e ampliação da política de conteúdo local, anunciado semana passada pela nova gestão da Petrobrás, é estimulante não só para o setor, mas para toda cadeia produtiva de óleo e gás. A revitalização desse segmento representa a geração de milhares de empregos no país. Lembremos que a indústria naval brasileira já viveu tempos áureos, mas foi vítima de um duro golpe de destruição e hoje encontra-se abandonada.
Foi a partir da descoberta do pré-sal, em 2007, que o governo passou a incentivar a política de conteúdo local. Isso ajudou a impulsionar a indústria brasileira de gás e petróleo, gerando milhares de empregos no país. A indústria naval foi um dos setores que mais se fortaleceram. Estávamos qualificando a mão de obra nacional para os estaleiros e toda uma cadeia produtiva desse segmento. Os postos de trabalho se multiplicaram. Para se ter uma ideia, em 2014, a indústria naval empregava cerca de 82 mil trabalhadores.
Mas daí veio a Lava Jato e fez com que tudo desmoronasse. A operação, agente do golpe parlamentar de 2016, paralisou obras e contratos, penalizou empresas e desmontou a indústria naval, a engenharia nacional e uma cadeia gigantesca desse segmento. Foram destruídos mais de 60 mil postos de trabalho diretos e milhares de indiretos do setor.
Os investimentos na indústria naval despencaram drasticamente. No período de 10 anos, os valores contratados para projetos do ramo caíram de R$ 9,5 bilhões para R$ 570 milhões, uma queda de 96%. O estudo recente é do Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval) e mostra ainda que praticamente todos os 13 estaleiros de grande porte do país são subutilizados, atualmente, operando abaixo da capacidade, apenas em serviços de reparos navais.
Para estimular novamente o setor naval do Brasil, o presidente da Petrobrás, Jean Paul Prates, aposta na implementação de novas políticas públicas pelo governo federal. Com essas medidas, ele acredita que a construção de navios de apoio e demais plataformas no Brasil poderá voltar a ser um dos ramos mais rentáveis nos próximos anos.
Aliado a esse avanço, esperamos que a Petrobrás volte a ser a estatal propulsora de empregos no país, comprometida com o desenvolvimento nacional