Até o final deste ano deve entrar em operação a Unidade de Abatimento de Emissões (Snox) da Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco. A Petrobrás está trabalhando nos últimos ajustes que vão permitir dar partida na U-93 Snox, planta que será dedicada ao tratamento de gases poluentes, emitidos durante o processo de refino.
O projeto é revolucionário, um grande avanço para a redução da emissão de gases poluidores da atmosfera, como o óxido de enxofre (SOx) e óxido de nitrogênio (Nox). Com a Snox, a companhia vai conseguir transformar esses óxidos em ácido sulfúrico, produto que é comercializável.
A Rnest será a primeira refinaria da América Latina e a terceira do mundo a contar com essa tecnologia inovadora. A nova unidade vai possibilitar ainda o aumento da capacidade de refino para a produção de combustível, especialmente do diesel S-10, que é considerado um produto com menor teor de enxofre, tendo maior eficiência energética e menor impacto ambiental.
O meio ambiente será diretamente beneficiado com a tecnologia Snox, que elimina 99% das emissões de SOx e 95% de NOx. Assim como a comunidade próxima à refinaria, que deve passar a respirar um ar menos poluído. Durante o processo de eliminação do SOx, a unidade produzirá também energia na forma de vapor, que será usada dentro das instalações da refinaria, reduzindo o consumo de gás.
A Abreu e Lima fica no município de Ipojuca e é a refinaria mais jovem da Petrobrás, inaugurada há 10 anos. A unidade responde por 6,5% de todo o processamento de petróleo da Petrobrás e representa a segunda maior produtora de diesel S-10 do país, ficando atrás apenas da Refinaria de Paulínia, a Replan, no interior de São Paulo.
A implementação da unidade Snox é sem dúvida, um grande avanço. A Petrobrás dá mais um importante passo rumo à sustentabilidade, garantindo mais rentabilidade à companhia, e cuidando como se deve, com a devida atenção e responsabilidade, do meio ambiente e da nossa população.
Não posso deixar de aqui destacar alguns fatos da história da Rnest. Primeiro, que sua obra foi interrompida pela Operação Lava Jato, impedindo a conclusão dessa importante refinaria que, desde 2014, opera com menos da metade da sua capacidade. E segundo, que, a partir do golpe de 2016, a instalação da fundamental unidade Snox foi postergada pelas gestões predatórias que se seguiram. Acompanhei pelo CSMS, sempre questionando, essa saga desde meu primeiro mandato em 2020, na gestão Castello Branco, quando a justificativa para não implementar a Snox era a privatização da refinaria.
Fica a pergunta: alguém responderá pelo dano e prejuízo – causados por essas irresponsáveis decisões – ao meio ambiente, às comunidades no entorno da reinaria, à Petrobrás e ao Brasil?