A vacina feita pelos servidores públicos

Neste final de semana o Brasil comemorou com emoção o início da vacinação contra a Covid-19.

Os nossos cientistas devem encher os brasileiros de orgulho, pois, mesmo sob intensos ataques desse governo negacionista e anticiência, se dedicaram com todo empenho para produzir a vacina e trazer de volta ao povo brasileiro a fé e esperança.

A ciência brasileira venceu, mais uma vez, o discurso sem fundamento do presidente de que o tratamento preventivo, que não tem nenhuma base científica, é a solução para a Covid. A solução é a vacina e ela foi viabilizada graças às instituições públicas brasileiras e seus servidores públicos.


Estão envolvidos nessa saga para o desenvolvimento e produção da vacina o Instituto Butantan (estadual) e a Fundação Oswaldo Cruz, a Fiocruz (federal), cada um com sua linha de pesquisa e convênios para viabilizar a vacina aos brasileiros. Trabalho que fizeram com eficiência e competência.

A aprovação da vacina para o uso com segurança na população é atribuição da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), instituição pública, vinculada ao Ministério da Saúde.
A distribuição das vacinas em todo o território nacional, por sua vez, é de responsabilidade do Ministério da Saúde e SUS, um dos maiores sistemas de saúde pública do planeta e o principal ator na vacinação. Sim, o SUS que, além da vacinação, teve e tem papel importantíssimo nos atendimentos aos doentes e, desde 2016, se encontra sob ininterruptos e intensos ataques.

Conforme declaração do microbiologista da USP, “Para nossa fantástica alegria, o SUS é extremamente capaz, ele é o melhor programa de vacinação. Dentro do SUS, o Plano Nacional de Imunização é o melhor programa de vacinação do mundo. Estados Unidos, França, países europeus estão penando para fazer a vacinação.” (https://www.cnnbrasil.com.br/saude/2021/01/10/microbiologista-diz-que-sus-tem-capacidade-de-distribuicao-muito-maior-que-eua).
Citamos brevemente, neste texto, quatro instituições públicas com papéis inegavelmente fundamentais no combate à pandemia e que, certamente, não são as únicas, mas as principais. Instituições públicas que são vítimas do descaso dos governantes, de campanhas difamatórias dos privatistas de plantão e que, apesar de todos os ataques, venceram e realizaram sua missão de viabilizar a vacinação no Brasil.

Seus funcionários, servidores públicos estaduais ou federais, vivem sob arrocho salarial, desvalorização das carreiras, mas seguem firmes trabalhando pelo bem público, sua principal função, que é servir ao público. E assim o fizeram por dedicação profissional e consciência de sua missão e porque ainda contam com a estabilidade no emprego, sob ameaça na “Reforma Administrativa”. Estabilidade essa fundamental para garantir que suas decisões sejam técnicas e imunizá-los das imposições políticas dos governantes de plantão, sejam eles municipais, estaduais ou federais.

Nesse sentido, peço a todas e todos a reflexão sobre o papel das instituições e dos servidores públicos de nosso país, e que não se furtem de defendê-los dos ataques insistentes promovidos por aqueles que enxergam apenas o lucro como meta e que detêm um profundo desprezo pelo coletivo.

Tenho muito orgulho de nossos servidores e nossas instituições e aguardo ansiosa a minha vez de tomar a vacina.