Empresas que foram impedidas de participar de licitações da Petrobrás conseguem, após longo trabalho, recuperar a habilitação para disputar obras da estatal

Depois de quase nove anos proibidas de fazer negócios com a Petrobrás, as empreiteiras Odebrecht, Andrade e Gutierrez e UTC estão liberadas para participar novamente de licitações na estatal. Denunciadas pela Operação Lava Jato na investigação de corrupção na companhia e impedidas desde o final de 2014 de disputar obras, essas construtoras estão agora habilitadas e retornam à lista de fornecedores pré-qualificados da Petrobrás.


De acordo com a companhia, são 31 empresas nacionais e estrangeiras em condições de disputar contratos. “Ao ser cadastrada ou pré-qualificada, qualquer empresa interessada em iniciar, manter ou retomar relações com a Petrobrás deve demonstrar conformidade com o Programa de Compliance da Petrobras”, afirmou a estatal, em comunicado. Isso significa “comprometer-se a cumprir as leis anticorrupção e as políticas, procedimentos e regras de integridade aplicáveis, além de estar livre de qualquer sanção impeditiva”. O procedimento de avaliação das empresas é bem técnico e justo e busca aferir se as mesmas desenvolveram políticas e mecanismos de integridade capazes de prevenir práticas de corrupção.

Essa é uma grande notícia e merece ser comemorada! A lava jato penalizou essas e outras empreiteiras, paralisou obras e contratos e destruiu mais de 4 milhões de empregos, segundo levantamento do Dieese. Para se ter uma ideia do tamanho do desmonte, a indústria naval empregava em dezembro de 2014, 82.472 trabalhadores e, em maio de 2022, o número era de 21.447 trabalhadores. O Brasil exportava, através dessas grandes empresas, serviços de engenharia, competindo inclusive com empresas multinacionais. No passado recente vimos escândalos envolvendo multinacionais como a Volkswagen e Nissan, por exemplo, onde a penalização se concentrou nos agentes de corrupção, poupando as empresas, os trabalhadores e a própria economia.

Considero muito positivo o retorno dessas empreiteiras ao cadastro de fornecedores da Petrobrás e que possamos fortalecer a engenharia nacional e a indústria de óleo e gás, aquecendo nossa economia, gerando empregos e melhorando a vida do povo brasileiro.