Hoje é comemorado o dia mundial do solo. A ciência que estuda os solos é a Pedologia, disciplina de várias áreas como a Geologia, Geografia, Engenharia Agronômica, Florestal, Agrícola, Civil.

O solo é um recurso natural tão importante quanto a água e o ar. É ele que sustenta as florestas, plantações, pastagens, ruas, construções e tudo aquilo que é necessário para a vida, além disso, o solo filtra e armazena parte da água que bebemos. É nele que os alimentos de origem vegetal crescem e se desenvolvem e onde vivem as plantas que filtram o ar e produzem parte do oxigênio que respiramos. Também é no solo que ocorrem os principais ciclos biogeoquímicos, como o da água, o do carbono e o dos nutrientes. Os solos são produto do intemperismo das rochas e têm papel importantíssimo para a ecologia e agricultura.

Não há como não falar dos solos no Brasil, um país agrícola que depende muito das condições dos solos. Mas a agricultura precisa cuidar desse bem, pois muitas ações humanas destroem a qualidade e saúde dos solos, tais como a remoção da vegetação, provocando a lixiviação e erosão, as queimadas que aniquilam a camada orgânica fundamental para sua fertilidade, o uso indiscriminado de agrotóxicos (quantidade e tipo). Aliás, no Brasil tivemos uma liberação recorde do número de agrotóxicos, com o Ato nº 59, o governo federal já liberou 392 agrotóxicos somente em 2020, somando 895 liberações desde janeiro de 2019, muitos deles proibidos em vários países além da União Européia. Isso tem envenenado não apenas o solo, mas os alimentos, as águas (superficiais e subterrâneas), a fauna e, principalmente, as pessoas. Não por coincidência, no site do INCA (Instituto Nacional de Câncer) são abordados os riscos e consequências da utilização dos vários tipos de agrotóxicos, sendo registradas anualmente 20.000 mortes consequentes dessa utilização. A agricultura orgânica e a agroecologia são práticas adotadas pela agricultura familiar e o MST, que concentram suas produções no consumo dos brasileiros e preservam a saúde e o meio ambiente. Escolher uma alimentação saudável é escolher não apenas o tipo de alimento, mas também a forma como é produzido.

E não há como falar em Brasil e agricultura também sem falar da Petrobrás. Onde a empresa entra nessa história? Entra nos fertilizantes nitrogenados, que são fundamentais para várias culturas que estão presentes na mesa dos brasileiros, tais como o arroz, feijão, milho, cana de açúcar, etc. A Petrobrás produzia entre 30 a 40% dos fertilizantes nitrogenados consumidos no país e construía uma fábrica em Três Lagoas (MS), a UFN-III, para aumentar a produção e a oferta aos nossos agricultores.

Com a decisão de se desfazer dessas fábricas, FAFEN (BA e SE) a ANSA (PR) e a UFN-III,  o Brasil passou a importar 100% desses fertilizantes, ficando refém das importações e das oscilações não apenas do preço internacional, mas do câmbio, que elevou em muito esses custos nesse ano.