Resultado das privatizações: em menos de 40 dias, preço dos combustíveis da Refinaria de Mataripe é reajustado quatro vezes

A Acelen, que administra a antiga RLAM, chamada hoje Refinaria de Mataripe, anunciou neste sábado, 5 de fevereiro, mais um aumento da gasolina e do diesel para as distribuidoras. Pasmem: é o quarto reajuste em menos de 40 dias. A refinaria baiana foi privatizada em dezembro do ano passado e hoje ostenta o recorde dos preços de combustíveis mais caros do país.


Mais do que penalizar o consumidor, a privatização, junto a esse cenário de alta dos combustíveis, traz fortes impactos à economia local, estadual e regional, e o desemprego é uma das principais consequências. Na Bahia, por exemplo, nos últimos 12 meses, os postos de abastecimento já demitiram mais de 6 mil trabalhadores e a tendência é que esse número cresça ainda mais. O alerta é do Sindicombustíveis, o Sindicato do Comércio de Combustíveis, Energias Alternativas e Lojas de Conveniência do Estado.

O fato é que, com a saída da Petrobrás do Estado da Bahia, o setor de petróleo e gás vem sofrendo uma das piores crises na geração de emprego e renda da sua história. Dados do Ineep mostram que, desde 2015, a Petrobrás colocou 378 ativos em desinvestimento, sendo 116 deles, 31%, na Bahia. Com a venda dos campos terrestres na bacia do Recôncavo e, em 2021, da RLAM, com toda a logística de terminais e armazenamento, o estado baiano passou a concentrar os piores índices de desemprego e queda de renda. O número de empregos no setor regional caiu de 37.890, no 3º trimestre de 2015, para menos de 8.760 postos de trabalho, de acordo com os dados do terceiro trimestre da PNAD 2021, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, do IBGE. Uma queda superior a 76%. Também foi brusca a redução dos salários, saindo de um patamar médio de R$ 7.180 em 2020 para R$ 5.140, no ano passado. Ou seja, uma diminuição de quase 23%.

Essa é a realidade das privatizações: não existem vantagens para o povo, mas sim o desemprego, a queda do salário e precarização das relações trabalhistas e a alta nos preços. A população paga a conta para garantir o lucro do acionista.

A desintegração da Petrobrás não traz benefícios à empresa, nem à sociedade e menos ainda ao país.

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