Retomada da Petrobrás na área de fertilizantes impulsionará o Brasil rumo à independência das importações

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Carlos Fávaro, nos trouxe uma notícia alentadora na semana passada. Ele disse que o novo governo dará continuidade à política nacional de fertilizantes e uma das ações desse projeto será a retomada da construção das Unidades de Fertilizantes Nitrogenados (UFN) que estão inacabadas.


A Petrobrás tem hoje três fábricas de fertilizantes nitrogenados no país, na Bahia e em Sergipe (arrendadas) e no Paraná (hibernada). E três unidades em construção: UFN3 em Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul (81% da planta concluída), UFN4 em Linhares, Espírito Santo, e UFN5 em Uberaba, Minas Gerais. Segundo o ministro, a pandemia e a guerra da Ucrânia trouxeram às claras as fragilidades desse mundo globalizado. “Vimos a insegurança nacional de não ter fertilizantes. Fertilizantes têm que ser tratados – descobrimos isso – quase como segurança alimentar, segurança nacional, porque não tem alimento se não tiver fertilizante”, declarou.

A pandemia e a guerra Ucrânia x Rússia evidenciaram, mais uma vez, que energia, petróleo e fertilizantes – no nosso caso específico – são estratégicos e determinantes para nossa soberania energética e alimentar.
Podemos e devemos retomar a construção das fábricas (UFN) inacabadas, bem como reativar a operação e modernização das outras três unidades (as Fafens BA, SE e PR), integrando-as ao refino e extinguindo a política de PPI para seus insumos, viabilizando sua competitividade novamente. Essas medidas serão fundamentais para que diminuamos, em muito, nossa dependência da importação desses insumos tão críticos para a agricultura brasileira, atendendo também ao plano nacional de fertilizantes, que será continuado no atual governo.

A retomada das fábricas de fertilizantes pela Petrobrás trará um novo e importantíssimo impulso para que busquemos, num futuro próximo, com mais atores e investimentos, nossa independência na área de fertilizantes, nos protegendo das crises do setor. O Brasil está entre os principais exportadores de produtos do agronegócio e tem na agricultura familiar e nos pequenos agricultores a principal fonte da alimentação dos brasileiros. Na lista dos maiores consumidores do planeta de fertilizantes, só perdemos para a China, Índia e os Estados Unidos, portanto, não podemos continuar dependentes das importações.

O Brasil tem tecnologia, unidades de operação e mão de obra capacitada para produzir. Ou seja, temos plenas condições de voltar a atuar nesse importante setor produtivo, fortalecendo a agricultura nacional e garantindo a segurança alimentar do povo brasileiro.