CA aprova venda do Polo Potiguar, com voto contra da representante dos trabalhadores

Em nossa primeira reunião do ano do Conselho de Administração, nesta sexta-feira (28), foi aprovada a venda da totalidade de participação (100%) da Petrobrás em um conjunto de 22 concessões de campos de produção terrestres e de águas rasas na Bacia Potiguar, no Rio Grande do Norte. A negociação inclui a infraestrutura de processamento, refino, logística, armazenamento, transporte e escoamento de petróleo e gás natural. A compradora é a 3R Potiguar S.A. e o valor da transação é de US$ 1,38 bilhão. Como representante dos trabalhadores, votei contra essa venda.

Em seu comunicado, a companhia declara que a operação visa a “maximização de valor e maior retorno à sociedade”. Essa estratégia, entretanto, é uma visão totalmente distorcida da real missão da Petrobrás, estatal brasileira, e das bases de sua criação. Além disso, não traz benefícios à sociedade e sim aos representantes do “mercado”. À população cabe financiar os altíssimos lucros, pagando preços absurdos pelos combustíveis e gás de cozinha. O maior retorno que a sociedade brasileira merece e espera é pagar um preço justo, e não de importação, nos derivados de petróleo (gasolina, diesel e gás de cozinha).

Um patrimônio como o Polo Potiguar, rentável e resiliente aos preços do petróleo, não poderia ser vendido por preço nenhum, muito menos por esse que foi negociado. No comunicado de venda, a Petrobrás também faz menção ao seu “grande diferencial competitivo”. Só que a BR Distribuidora foi privatizada mesmo sendo a segunda maior empresa do país e a maior do mercado de distribuição nacional. Se a BR não tinha colossal diferencial competitivo, quem teria?

A compradora do Polo Potiguar, a 3R Potiguar, tem como controladora a 3R Petroleum Óleo e Gás S.A. (3R Petroleum), empresa que vem avançando nas aquisições de campos terrestres e marítimos no Brasil.

Impossível aprovar uma venda como essa e tantas outras, alicerçadas em premissas não apenas inconsistentes, mas principalmente que violentam as bases da construção da Petrobrás, maior estatal brasileira, criada por seu povo para a ele e ao país servir.

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